quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Adeus As Armas

O romance de Hemingway nos conta a história de um coronel americano atuando nas frentes italianas que se apaixona por uma enfermeira no campo de batalha, ele é dado como desertor, preso e consegue, junto a sua amada que está grávida, fugir para o território neutro da Suíça, lá em um hospital ele acaba por perder mulher e filho, encontrando-se na mais absoluta solidão. Bem, acabo de contar o fim de um livro muito bom, é claro que eu fiz um resumo extremo, o livro é muito bom mesmo, podem ler, eu assino em baixo.
Mas o que me faz escrever sobre este livro e sobre Hemingway, é o fim melancólico de seus personagens, falta-lhes a redenção final, o final feliz, mas é isso que torna Hemingway tão extraordinário, ele foge ao lugar comum, até sua morte, por suicídio em 1961, com um fuzil de caça. Assim como seus personagens encontrava seu fim trágico e sem redenção, e por usar um fuzil, também em sua própria morte fugiu ao lugar comum. Confesso que bebi dessa fonte nos dois romances que escrevi e que só três pessoas tiveram coragem de ler, e uma delas foi minha mãe!
Pois bem, deixemos de lado minhas pretensões literárias e vamos ao que interessa.
Algo que caminha para um fim melancólico e sem redenção é o socialismo em Cuba, um “adeus as armas” que se desenha há tanto tempo, que nem mesmo uma novela mexicana seria capaz de traduzir.
Alias o próprio socialismo, que com exceção da experiência Chilena, sempre foi conquistado à base de derramamento de sangue, é algo que se arrasta com idéias requentadas desde o fim da União Soviética. Acabou em todos os lugares, com exceção de Cuba, um país-ilha que arfa em busca de novos ares.
Tal qual o personagem de Hemingway, encontra-se na solidão, despertando muito mais compaixão (como é comum em personagens que sofrem. Vide novelas em geral), do que simpatia ou admiração!
Cuba definha! Vaga por um caminho sem volta, errando por seus caminhos e errando em suas atitudes. Desenha-se em um final melancólico, da grande revolução a total senilidade do regime, uma democracia retrograda baseada na figura de Fidel Castro, que degenera em idade e idéias.
Dessa vez, diferente dos romances de Hemingway, morador da ilha antes e depois do regime, a morte será a redenção, a morte do socialismo, por lugar comum, trará à ilha a redenção de tempos modernos e de esperança.
Um adeus as armas, ainda que tardio.
Ainda que o capitalismo seja outro flagelo, que eu ainda vou abordar aqui!

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