quinta-feira, 15 de abril de 2010

Reencontro!

“Aos poucos o gigante de concreto começava a ganhar forma em seu recheio, era por certo que não aconteceria, mas se alguém conseguisse encontrar um ponto vermelho no meio daquele mar celeste, seria merecedor de um prêmio, quando eu disse recheio, imagine a mais densa das massas, a mais vibrante das combinações, la pasta mais esfuziante que você pode conceber, imaginando isso, multiplique por mil, milhão, bilhão e você terá uma pequena noção do que era aquela modorrenta tarde de dezembro, em que o Grêmio de minhas esperanças me fez esperar mais de seis horas para me ver chorar. O Grêmio de minhas emoções!”
Trecho do livro de minha autoria, 1996, ainda não concluído!

Por fim aconteceu, não da maneira que eu queria, mas aconteceu, eu e o velho casarão tivemos nosso reencontro, haviam poucas testemunhas, e o que me propiciou o reencontro foi a vontade de comprar uma camiseta para meu filho João Gabriel, do Grêmio, claro!
Lá estava ele, imponente, com uma paciência de mais de meio século, esperando pelas derradeiras glórias, já está com os dias contados, sabe disso tão bem quanto qualquer um, afinal suas paredes foram testemunha das primeiras conversas a respeito disso! Fez sua parte, nos proporcionou 51 jogos de invencibilidade, recorde absoluto no Brasil!
Me recebeu com carinho paternal, como sempre me recebeu, pai herói!
Ficamos em silêncio, ninguém precisava falar nada, apenas recordamos, me passou na frente dos olhos, títulos e vitórias, emoções, euforia, alegrias!
Ele ainda estava de ressaca pelo dia de ontem, uma vitória na raça, com raiva, com cara de Grêmio!
Fiquei lá vendo o Colosso da Azenha em silêncio, quase sozinho, alguns quero-queros passeavam pelo tapete verde do monstro!
Testemunhas silenciosas do nosso reencontro mudo!

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