Eu trabalhava no Rio de Janeiro em uma loja de esportes quando pela porta entra aquele Senhor alto rechonchudo e com cara de sapo, nunca havia sido campeão de nada, e num único ano sagrou-se campeão da América e do Mundo.
Abel Braga!
Entrou procurando por camisetas do Flamengo para levar de presente para a Arábia. Não era a minha vez de atender, nem a de ninguém, mas todo mundo que pode trocou uma palavrinha com ele, e ele foi muito solícito, um gentlemen!
Por ser gaúcho e o mais descolado da loja, além de ajudar a lorpa que o atendeu, conversei bastante de futebol com ele, me contou sobre a final do Mundial, desmentiu que havia sonhado com o gol do Gabiru! Me disse que viu que poderia ganhar o jogo quando Rijkard tirou “um altão do meio campo!” e disse que seu pensamento no momento foi de que “esse cara (Rijkard) tá de brincadeira comigo!”.
Me falou que admira o futebol de Guiñazu, a quem ele chama de “Guina”, contou-me, da negociação fracassada com ele, segundo ele um cara que “corre tanto que desorganiza”.
Me parece que alguma rusga com o Inter ficou no âmago dele, pois quando ofereci a camiseta do Inter para ele (bem, eu precisava vender pra ganhar dinheiro!), ele respondeu dizendo que “essa eu não quero nem a pau!”.
Pois é, Abel foi inteligente, foi para a Arábia ganhar milhões!
Quando ao fim da conversa falei que era Gremista, ele deu uma risadinha e me disse:
- Quem acreditaria que seria o Gabiru?
Ninguém Abel, nem eu, nem tu e muito menos a torcida do Inter que nunca se identificou com ele. Tenho certeza que lá na beira do lago ninguém nunca vai entoar um canto em homenagem a ele!
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